Sutil-mente
não se deu
ou cedeu
ao que sentiu
pensando ser
Ser Divino
servo útil
assim sorriu
Ultima-mente
viu brotar
broto bruto
bem te vi
bem me queira
quebradeira
que beira da orelha
alcança o sorrir
Ao caminhar
seu ar respiro
um suspiro
me tira o chão
chão molhado
de respingo
refletindo a solidão
Carrego na mala esperança
e no peito a lembrança
do que nunca tive
e faz parte de mim
Ando sempre semeando,
zelando, regando,
e pouco me importa
de quem é o jardim
Há ainda uma flor
que levo comigo
tem tantos espinhos
que alguem jamais quis
Em solo fertil,
terra adubada,
não fere a mão que cuida,
vai crescer sadia e feliz
Ai, como eu quero
que o seu maior querer
seja, de longe,
o prazer de tu me ter
Ter em meu riso,
acalanto
Ver em meus olhos,
amanhecer
Faço esse trato contigo
Assino termo, se assim proceder
Em meu coração tens eterno abrigo
e pelo meu amor, o teu vou merecer
Pre-enchendo espaço
do vazio em que me acho
soltando palavras
eco-ando sem amarras
Se chão faltar,
que Jah me permita voar
Se for chorar,
que venha curar
A dor, a saudade
e todo mal que me invade
em duros momentos
desse caminhar...
